Como a estética influencia a autoestima

Nossa autoestima é influenciada por uma série de fatores. Nossas conquistas, os elogios e críticas que ouvimos das pessoas, a forma como estes elogios e críticas são expostos, tudo isso pode ter uma influência positiva ou negativa na nossa autoimagem e no quanto gostamos de nós mesmos, ou seja, na nossa autoestima. Entre os vários aspectos que influenciam nossa autoestima está a estética, o conceito do que é belo. Mas será que estamos atribuindo um valor excessivo a esta ideia?


Uma história antiga

Se você acha que a chamada “ditadura da moda” e que os “padrões de beleza” é invenção da nossa sociedade atual, pense novamente. Desde a Grécia antiga que há padrões de beleza fortemente estabelecidos. Ao longo dos anos, os padrões de beleza foram se modificando e mulheres e homens sempre tentaram se adequar a eles. As mulheres que usavam corpetes apertadíssimos para afinar a cintura e elevar os seios e, acredite, já houve períodos na História em que homens usavam salto alto para parecerem mais altos!

Ser belo e buscar esta confirmação em outras pessoas, sempre foi uma preocupação humana e em parte é natural, já que somos animais e nos atraímos também pelo lado estético. Mas muitas pessoas têm esquecido desse “também” e fazem da estética e da aprovação alheia seu objetivo máximo de vida, levando a preocupação com a beleza às raias da histeria. Também, pudera! Em tempos de selfies, blogs e outras situações onde nossa imagem é nossa primeira forma de comunicação, é de se esperar que as pessoas se tornem obsessivas com a estética, o que tem um impacto enorme na autoestima.

A autoestima e o outro

Embora nossa autoestima dependa também da aprovação do outro, não podemos fazer desta aprovação a fonte primária para uma autoestima elevada. O culto à beleza tem, com sucesso, tornado esta noção algo central: “você precisa que nós pensemos que você é bonito”. Acontece que “a beleza está nos olhos de quem vê” e pessoas diferentes têm ideias diferentes do que é belo, por mais que haja padrões culturais do que é beleza. Com isso, as pessoas se tornam cada vez mais obsessivas em agradar ao outro e angariando mais frustrações, visto que é impossível agradar a todos. Vagarosamente as frustrações se acumulam e uma depressão vai se instalando, afinal, quem gosta de se esforçar tanto e não ver “resultados”?

A autoestima e nós mesmos

Quando nos preocupamos excessivamente em atender aos padrões estéticos, acabamos desenvolvendo expectativas irreais em relação ao que podemos fazer. Emagrecer 20 quilos e nos mantermos nesse peso de forma saudável, sendo que sua genética nunca favoreceu este biótipo, inúmeras idas ao salão de beleza só para garantir o cabelo lisinho, tomar esteroide para criar músculos e, claro, tudo isso acompanhado do pensamento “se você não conseguir, você é um(a) fraco(a)”. Além da combinação “cobrança surreal” e “expectativas irreais”, este prato vem acompanhado de uma sobremesa chamada “mania de perfeição”. Afinal de contas, quanto mais você batalha para alcançar estes objetivos, mais “defeitos” você descobre ao longo do caminho: a falha da sobrancelha, o “joelho gordo”. Há quem reclame dos “poros grandes” da pele do rosto! Com tantas exigências em relação a si mesmo, ninguém consegue gostar de si mesmo, ter uma boa autoestima, afinal, você nunca será bom o suficiente para você mesmo.

A autoestima e cirurgias

A preocupação com a beleza começa a tomar patamares mais preocupantes quando partimos para as cirurgias. Existem pessoas viciadas em cirurgias. Elas começam apenas com uma, depois duas, três… Às vezes a cirurgia é no mesmo local. Que o diga a cantora Anitta que já passou por duas cirurgias no nariz, e já fez uma nos seios. O cantor Michael Jackson fez tantas cirurgias no nariz que ficou praticamente deformado. Uma baixa autoestima pode levar uma pessoa a acreditar que precisa passar por muitas cirurgias para consertar o que não está quebrado, submetendo-se a processos muitas vezes perigosos para sua própria vida.

A autoestima e sua vida

Por fim, a preocupação excessiva com a beleza pode tirar seu foco de outras áreas da sua vida: profissional, intelectual, pessoal. A falta de equilíbrio nessas áreas pode trazer ainda mais insatisfação já que você não tem o que queria nas outras áreas também.
Procure cultivar sua autoestima, ver seus pontos positivos como pessoa, como o ser pensante que é, afinal, o que temos por fora é apenas uma casca e embora as cascas sejam importantes, o miolo da fruta sempre é o que mais interessa.